O que é git rebase e como ele difere do git merge?

Se você trabalha com controle de versão no desenvolvimento de software, é provável que já tenha ouvido falar sobre os comandos git rebase e git merge. Ambos são ferramentas fundamentais do Git para integrar mudanças de branches diferentes, mas funcionam de maneiras distintas e possuem implicações únicas. Neste artigo, vamos explorar em detalhes o que é o git rebase, como ele funciona e como se diferencia do git merge. Você também entenderá em quais situações cada um deve ser usado.

O que é o git rebase?

O comando git rebase é usado para integrar alterações de um branch em outro, mas ele faz isso reescrevendo o histórico de commits. Em termos práticos, o rebase pega os commits de um branch e os aplica, um por um, sobre outro branch como se eles fossem novos commits.

Por exemplo, considere que você tem dois branches: main e feature. Se você executar git rebase main enquanto estiver no branch feature, o Git irá “rebasear” os commits do branch feature sobre o main. Isso cria um histórico linear, reorganizando os commits como se eles tivessem sido criados diretamente no topo do main.

Comando básico do git rebase

git checkout feature
git rebase main

Após esse comando, o branch feature terá um histórico linearizado, com os commits reorganizados acima dos commits do branch main.

Como funciona o git rebase?

O funcionamento do git rebase pode ser entendido em duas etapas principais:

  1. Reaplicação dos commits: O Git identifica os commits no branch atual que não estão no branch alvo e os reaplica sequencialmente sobre o branch alvo.
  2. Reescrita do histórico: Os commits são recriados com novos hashes, já que o Git considera que eles foram “novamente aplicados”.

Essa reescrita do histórico é o que torna o git rebase poderoso, mas também arriscado. Uma vez que os hashes dos commits mudam, qualquer referência anterior a esses commits (por exemplo, em outro branch ou repositório remoto) se torna inválida.

O que é o git merge?

Enquanto o git rebase reescreve o histórico, o git merge combina mudanças de dois branches criando um novo commit de “merge”. Esse comando mantém o histórico de ambos os branches intacto e registra explicitamente a junção dos dois no histórico do repositório.

Por exemplo, ao executar git merge entre os branches main e feature, o Git cria um novo commit que aponta para os dois branches como “pais”. Isso preserva o histórico completo e exibe claramente o momento em que a integração ocorreu.

Comando básico do git merge

git checkout main
git merge feature

Após esse comando, o branch main conterá todas as alterações do branch feature, além de um commit de merge que indica a integração.

Diferenças entre git rebase e git merge

Embora ambos os comandos integrem mudanças de diferentes branches, eles possuem diferenças fundamentais:

Critério git rebase git merge
Histórico Reescreve o histórico, criando um histórico linear. Mantém o histórico original com commits paralelos e um commit de merge.
Conflitos Conflitos podem surgir durante o rebase e devem ser resolvidos sequencialmente. Conflitos são resolvidos de uma vez durante o commit de merge.
Propósito Usado para limpar o histórico e criar uma linha do tempo mais clara. Usado para preservar o histórico completo e documentar a integração.
Impacto em repositórios remotos Reescreve o histórico, o que pode causar problemas ao sincronizar com outros repositórios. Não reescreve o histórico, facilitando a colaboração com outros desenvolvedores.

Quando usar git rebase?

O git rebase é mais apropriado nas seguintes situações:

  • Histórico limpo: Se você deseja um histórico linear e fácil de seguir, sem commits de merge adicionais.
  • Trabalho em branches de recursos: Durante o desenvolvimento em um branch de feature, antes de integrá-lo ao branch principal.
  • Integração contínua: Quando você está atualizando seu branch com alterações de outro branch principal para evitar conflitos futuros.

No entanto, é importante evitar o rebase em branches compartilhados ou já publicados, pois isso pode causar inconsistências para outros colaboradores.

Quando usar git merge?

Por outro lado, o git merge é mais adequado quando:

  • Preservação do histórico: Você deseja manter o histórico completo de todas as alterações, incluindo branches paralelos e commits de merge.
  • Colaboração em equipe: O merge é ideal para integrar mudanças em branches compartilhados ou publicados, já que ele não reescreve o histórico.
  • Resolução única de conflitos: Você prefere resolver todos os conflitos em um único commit de merge, em vez de tratá-los sequencialmente durante o rebase.

Exemplos práticos de uso

Usando git rebase para linearizar o histórico

# Atualizar o branch feature com as alterações mais recentes do main
git checkout feature
git rebase main

Após esse comando, o branch feature terá um histórico linear em relação ao branch main.

Usando git merge para integrar alterações

# Integrar o branch feature ao branch main
git checkout main
git merge feature

Isso cria um novo commit de merge, mantendo o histórico completo de ambos os branches.

Conclusão

O git rebase e o git merge são ferramentas poderosas do Git, cada uma com seus próprios pontos fortes e usos apropriados. O rebase é ideal para limpar o histórico e criar uma linha do tempo clara, enquanto o merge preserva o histórico completo e é mais seguro para colaboração em equipe. Entender as diferenças e os contextos em que cada um deve ser usado é essencial para aproveitar ao máximo essas ferramentas no seu fluxo de trabalho.

Seja qual for sua escolha, lembre-se de considerar os impactos em repositórios compartilhados e de comunicar-se com sua equipe para evitar problemas de sincronização ou conflitos desnecessários.